domingo, 30 de novembro de 2008

A vocalista d'A Banda do Graffite


Pela internet só dá para votar uma vez por computador. Mas, pelo telefone dá pra votar quantas vezes quiser e o preço é de ligação normal para telefone fixo. No site dá pra ver vídeos com as apresentações dos candidatos.

No próximo sábado, dia 06 de dezembro às 13:30h, vou cantar novamente. Conto com vocês!

sábado, 29 de novembro de 2008

Votem em mim para vocalista!

Peço desculpas a todos, que consegui avisar e também àqueles que não consegui avisar. No artigo anterior falei sobre minha participação no Concurso A Banda e os convidei para assistirem ao programa Graffite, da TV Alterosa. Só que me distrai e acabei colocando a data errada. A minha participação foi no programa de hoje e não no dia 22/11, como escrevi abaixo.

A boa notícia é que eu... NÃO FUI ELIMINADA DE CARA!
Aproveito para parabenizar o Léo, um dos candidatos. Adorei conhecê-lo, mas, infelizmente, ele foi o escolhido para deixar o concurso.

No próximo sábado, dia 06 de dezembro, vou abrir o programa cantando com a Carol, outra candidata. Que, aliás, é um doce e merece os parabéns também. Mas para continuar na brincadeira até o dia 22 de dezembro, que é a final do concurso, preciso que votem em mim, quantas vezes puderem e quiserem.

Até a próxima sexta-feira (ou sábado de manhã, não tenho certeza) estarei concorrendo, com a Carol, por uma vaga na próxima etapa. Dá pra votar, uma vez, pelo site do Programa Graffite e, várias vezes, pelo telefone: 3209-8001. É só ligar e esperar ouvir a confirmação. Hoje (dia 29/11, 16:47h) ainda estão falando o nome de outra candidata, Amanda Rodrigues, que foi eliminada nesta semana, mas o voto vai pra mim sim, garantido!

Por fim, mas nunca menos importante, agradeço a todos os amigos que assistiram ao programa, que me ligaram, mandaram mensagem e até já votaram eu mim. Valeu!!!

Ainda não consegui salvar o vídeo, mas dá pra me ver cantando neste link.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A Banda – Graffite

O tema da matéria de hoje ta mais para um convite. Neste final de semana eu vou cantar, ao vivo, na televisão e quero todos os amigos torcendo por mim!

Vou explicar.
Grafite é um programa de auditório da TV Alterosa, emissora mineira filiada ao SBT. É exibido, ao vivo, e apresentado pelo Dudu Schechtel, ex-radialista de um programa homônimo, na extinta rádio Extra FM e, por isso, figurinha conhecida das noites belorizontinas. Na programação tem música, entrevista, jogos e concursos... onde eu entro!

A produção do programa organizou um “concurso de calouros”, onde vão escolher A Banda do Graffite. Os quatro instrumentistas já foram escolhidos, baterista, baixista e 2 guitarristas. Agora é a vez dos vocalistas.

Serão 4 candidatos todos os sábados, até o dia 22 de dezembro, quando acontece a final. Na última semana rolou a primeira eliminatória, quando um candidato foi escolhido para ficar, outro ganhou um Adeus e os outros dois estão aguardando a votação do público, que pode ser feita pela internet ou pelo telefone que estão no site (aqui).

Esse final de semana sou eu, com mais três candidatos de peso! A música é boa, a produção fina, a energia a milhão e a glândula da diversão pulsando, igual pickup de trance!

Assistam! Nesse sábado, 22 (errado, foi dia 29), às 13:30h, na TV Alterosa.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Participação Popular no Orçamento Participativo

Eu acho importante participar da vida da minha comunidade e das decisões sobre ela. Ainda que eu tenha fortes tendências nômades e crises anti-sociais, ter o direito de opinar sobre o que vai acontecer na cidade onde eu moro é um privilégio e eu faço questão.

Faz algum tempo que a Prefeitura de Belo Horizonte implantou o Orçamento Participativo e, desde então, muita coisa boa tem acontecida para os moradores. Somos uma das seis cidades brasileira que mantêm operante esta ferramenta democrática. Além do Brasil, alguns outros poucos países também utilizam o OP.

Recentemente, o Prefeito Fernando Pimentel recebeu um prêmio internacional pelo pioneirismo em ampliar o Orçamento Participativo até a internet, tornando BH a primeira cidade no mundo a votar online e com toda comodidade. Na página do programa, uma frase descreve esse sucesso:

“O Orçamento Participativo Digital, pioneiro no país e no mundo, ganhou grande destaque internacional ao obter, em sua primeira edição (2006), 503.266 votos e ter seu site visitado por 192.229 internautas de 23 países.”

Acima do melhoramento urbano, vêm a desenvolvimento intelectual, social e político dos cidadãos. Como disse o Wikipedia, “No Orçamento Participativo retira-se poder de uma elite burocrática repassando-o diretamente para a sociedade”. É neste momento que todo aquele discurso de boteco pode se transformar em benefício, inclusive para o próprio sujeito.

Diversas obras são votadas todos os anos, por milhares de cidadãos. Neste mês dezembro, quando o OP comemora 15 anos, a Prefeitura vai entregar a milésima obra. No momento, cinco obras viárias estão em votação. Quem quiser participar, basta acessar a página do OP e, com o número do título de eleitor, deixar sua contribuição, mas tem que ser eleitor de BH. Eu já votei!

Humm... afinal, talvez não seja assim tão ruim ter um futuro candidato à Presidência da República, como Governador. O que não muda mesmo é a encenação romana de democracia que nossos parlamentares apresentam na capital, onde atualmente todos os esforços estão centrados na votação do aumento salarial do prefeito, de R$ 15 mil para R$ 19 mil, o que aumentaria, em conseqüência, o salário de diversos outros cargos públicos municipais. Esse bacanal custará aos belorizontinos, me média, R$ 100 mil reais anualmente. Ainda que a capital mineira pague ao prefeito o 4º maior salário entre as capitais do Brasil e o maior da região sudeste. Esta remuneração é ainda maior que o salário do Governador do Estado e do Presidente da República, como li aqui.
Mas esse é um assunto para outros textos, ainda mais longos. Por enquanto, quem quiser saber mais sugiro alguns links (1) (2) (3).

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Votação Popular - Mercado do Santa Tereza


Uma outra ação muito interessante, também da Prefeitura de Belo Horizonte, é quanto ao futuro de um dos mais antigos mercados distritais da capital, o Mercado de Santa Tereza. Este é um dos bairros mais tradicionais na cidade e um conhecido recanto boêmio.

Como vem acontecendo, também há um tempo, estes mercados têm perdido espaço para os centros de compra super modernos e com o poder de oferecer mais vantagens para quem paga. Com isso, os mercados regionais têm ficado abandonados e apenas os comerciantes mais esperançosos se mantêm e abrem suas lojas todos os dias.

Para não deixar a história morrer, a Prefeitura selecionou três propostas e ofereceu à população o direito de escolher qual delas ocupará o Mercado Distrital do Santa Tereza, transformando-o em um espaço cultural.

Para votar, é preciso acessar o site e usar o número do título de eleitor como identificador, por isso só dá pra participar quem tiver domicílio eleitoral registrado em BH. Até a Débora Falabela gravou um vídeo, apoiando uma das propostas.

Li uma matéria onde o “Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de Minas Gerais (IAB-MG) e o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), apresentaram uma queixa à Prefeitura, onde comprovavam a possibilidade de fraude no plebiscito”. O que é não é propriamente uma novidade, mas não deixa de ser desagradável.

Pelo sim, pelo não, eu fiz minha parte e já registrei minha opinião na página de votação das propostas.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Eu sou a favor da mídia espontânea!

Faz tempo que quero falar destas duas ações, mas não encontro tempo para escrever sobre elas. Consegui tempo para fotografar as peças, aqui estão. Em breve, crio um link com o motivo da história toda.


Ação nº1

Esta peça é uma mala direta. É a divulgação de uma empresa de telefonia e os seus serviços para o IPhone. A caixinha branca é um envelope estilo gaveta. Dentro tem um folheto explicativo, no formato do IPhone, onde cada página exemplifica um dos serviços, demostrados na tela do aparelho.
Aproveito e peço desculpas a minha vizinha. Confesso que essa peça não era para mim e que sei que violação de correspondência é crime. Mas se ela soubesse, diria que a propaganda tem mais valor para mim do que pra ela.
Ação nº2
Foi essa peça que me inspirou! Um marca de detergentes para máquina de lavar-louça surgiu no mercado recentemente com uma novidade. Ao invés do consumidor medir os grãozinhos de sabão, como acontece com o sabão em pó, a quantidade exata vem em bloquinhos, parecidos com mini esponjas! Uma das ações de lançamento desse produto, foi enviar uma amostra grátis para o público, após solicitarem autorização e endereço através do envio de um e.mail marketing com rsvp.
A ação foi brilhante e eu garanto que minha mãe virou fã. Acertaram em cheio, a mensagem adequada para o consumidor certo. Parafraseando: "... fica a dica, se quiser chamar a atenção, saiba primeiro com quem quer falar".

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Não é só mais um bar em BH

Eu moro na região oeste de Belo Horizonte e frequentemente, ao voltar pra casa, passo em frente a um bar. Até aí tudo igual, já que na capital mineira todas as esquinas têm um bar e todos eles sempre guardam grandes segredos. Este era um deles.
O que mostra que aquele lugar é de fato um bar, são as mesas do lado de fora que, em certos dias, chega até a metade do quarteirão. O estabelecimento não tem placa, nem muito barulho, nem uma luzinha que chame a atenção. A rua não é muito movimentada, na verdade é um corta caminho bem mais tranqüilo do que o cruzamento logo abaixo, onde em uma esquina tem um Habbib’s, na outra uma Blockbuster e no quarteirão acima a Avenida do Contorno, que literalmente contorna a cidade.
Aconchegante e discreto, como eu gosto, o bar me despertou interesse desde que foi reaberto, não me lembro há quanto tempo.
Terça passada, em mais uma busca para onde ir, decidimos conhecê-lo. Depois de uma voltinha, chegamos e vimos que estava um pouco cheio, mas com a chuva, não tínhamos paciência para procurar outro lugar.
Paramos o carro, corremos para a porta e ...! Eu realmente não imaginava o que vi!
Entrando no lugar, que parece um longo e estreito corredor, vi ao fundo o balcão coberto de parafernálias interessantes. Em toda a extensão da parede à minha esquerda estavam coladas, pelo magnífico processo do lambe-lambe, fotos e imagens em preto e branco de tudo que eu pude imaginar. Na parede contrária, algumas fotos, peças e quadros. E no teto o Quê que faltava, um ventilador com uma estrutura metálica em T e duas hélices, uma em cada ponta. Tipo este aqui. O ambiente é simplesmente onírico, exatamente como eu o faria.
Nos acomodamos e foi impossível parar os olhos, até que um sujeito se aproximou perguntado o que podia fazer por nós e logo descobrimos que era Luigi, dono deste, chamado de Bar Particular. Nós três passamos a três horas seguintes conversando sobre os assuntos mais diversos. Entre muitas outras coisas, Luigi nos disse que era um publicitário, como nós. Que já foi um músico e tocou com Samuel Rosa em sua primeira banda. Atualmente, Luigi é o chef do Bar Particular, responsável pelo cardápio e sua esposa Adriana, que conhecemos depois, penso que é a responsável pela administração.
Este cardápio, inclusive, chamou minha atenção por ser uma simples folha A4 dobrada ao meio impressa a jato de tinta! Quando perguntei o porquê, Luigi me disse que a cada semana ele muda todos os pratos do cardápio. “Você não vai comer aqui, o que comeu na semana passada. Toda semana eu invento uma coisa nova”, disse ele.
Luigi já viajou e morou em muitos lugares no mundo, já trabalhou com muitas personalidades notórias e conhece muito de música e músicos. Tem até um cartaz do Bo Diddley (se não me engano), autografado pelo próprio. Só faltou uma foto da Janis.
Eu poderia escrever muito mais e não faltariam detalhes pra contar, mas esta não é a melhor forma de conhecer o bar. Luigi é uma figura impressionante e o Bar Particular agora faz parte da lista: Eu recomendo e consumo!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Maxímidia 2008: Os desafios de comprar e vender mídia no século XXI

8 de outubro de 2008
Palestra:
Os desafios de comprar e vender mídia no século XXI

Painelistas:
Ângelo Franzão – McCann
Paulo Carmossa – ALMPBBDO
Paulo César Queiroz – DM9DDB
Moderador:
Mônica Waldvogel – Jornalista

Ângelo Franzão – McCann
É desnecessário detalhar o que está acontecendo no mundo da comunicação atualmente.
Hoje os próprios consumidores fazem a mídia. As possibilidades e os formatos de veiculação são variados e o que antes era estático hoje se tornou dinâmico, o que era pago hoje é de graça. A relação entre a mídia e o atual formato de comunicação exige uma atenção muito maior dos profissionais de comunicação.
Pontos a serem analisados:
· Consumidor – sócio / demográfico
Devemos conhecer suas dores, suas ambições, suas dificuldades, seus desejos, seus valores, enfim, sua vida.
· Geografia - CDI/BDI
Potencialidade, movimentação, identificação dos traços de desenvolvimento
· Mídia e a relação custo x benefício
Hoje não se busca mais a audiência e sim a atenção.
Na plataforma digital a movimentação é crescente. Não só pela abrangência, mas também pela capacidade de renovação. Já nas plataformas analógicas a movimentação é contrária. De fora pra dentro, primando pelo conteúdo.
Os profissionais de mídia estão naturalmente envolvidos em todas as frentes do negócio. A Mídia está cada vez mais integrada ao planejamento estratégico da comunicação e da própria criação.
Nós temos que criar um sistema de métrica para descobrir qual o valor que cada meio propõe. Não só o valor, mas o resultado que ele traz.
Em se tratando do sistema comercial, as marcas precisam se relacionar de forma diferenciada, em determinados momentos, com seus consumidores e às vezes a gente não encontra um formato que os atenda.
Outro ponto importante é a compra diante da entrega. Hoje é necessário traçar uma relação mais próxima entre o que é comprado e o que é recebido pelo cliente.
Ninguém discute mais a capacidade do mercado publicitário brasileiro, mas é preciso que o façamos crescer ainda mais. Antigamente este mercado respondia por 0,6% do PIB brasileiro, hoje gira em torno de 1%. Em alguns países europeus esse percentual é de 2 a 3%.
O Grupo de Mídia de São Paulo acaba de criar um curso específico para treinar mídias.

Paulo Carmossa – ALMPBBDO
A mídia ao longo destes últimos 50 anos consolidou duas reputações importantes. A primeira é a reputação técnica. Nestes últimos tempos foram criadas diversas ferramentas que confirmam as tão consolidadas teorias e com isso podem até quantificar os investimentos e os retornos.
Mídia é uma área da propaganda que analisa as necessidades de comunicação de um produto ou serviço. De forma mais simples, a mídia cria estratégias para falar com as pessoas.
Fazer mídia pede outras habilidades, mídia é um exercício de pensamento, criatividade e observação. Pensamento porque tem a ver com o planejamento estratégico. Tem a ver com criatividade porque é preciso mostrar o novo e inventar novas maneiras de falar. Observar porque é preciso observar profundamente aqueles que queremos atingir. Observar o cotidiano do público é buscar inspiração para comunicar.
Ouvir e ver são outras funções fundamentais para um profissional de mídia. Hoje é insuficiente usar fatores demográficos para delimitar um publico. A tendência agora é analisar o consumidor pelos pontos psicográficos. Para falar com o público não importam mais os antigos fatores, o importante é pegá-lo nos momentos certos. Porque aquilo que marca é o que fica na memória.
O filme a Bruxa de Blair é considerado um fenômeno de marketing. Com um custo de US$ 30 milhões, arrecadou mais de 250 milhões de dólares. Esse sucesso é explicado pela interação com o público, a inovação na maneira de produzir e as formas alternativas de gravação e de divulgação do filme.
A utilização dos canais adequados é um dos fatores mais importantes para o sucesso. O ambiente em que a marca é veiculada interfere na percepção de uma mensagem. É preciso escolher o ambiente propício, que irá valorizar a marca, ressaltando seus aspectos positivos.
Um bom planejamento é o que leva a uma boa compra de mídia. São estas infinitas possibilidades de falar com as pessoas que torna a esta profissão tão importante.
Uma boa idéia, num bom ambiente, no momento certo leva para frente qualquer marca.
Observar o cotidiano é a melhor forma de compreender o mundo e se inspirar.
Aqueles que estão atentos a todos os detalhes em meio a tantas informações, esta fadado ao sucesso.
O maior desafio do profissional de mídia é não se perder em meio aos discursos modernos e não ficar parado, vendo tudo passar. É ir caminhando e acompanhando as evoluções.

Paulo Queiroz – DM9DDB
Não somos compradores ou vendedores de mídia. Somos pessoas que transformam idéia em valor. Comprar e vender mídia é um pedaço deste projeto. O maior desafio é desenvolver a economia, utilizando a comunicação como alavanca.
É difícil falar de um futuro totalmente invisível. O futuro já está na nossa frente. Tudo já está acontecendo, só não é possível precisar qual o rumo.
Três desafios são relevantes para o profissional de mídia.
1 – Serviços estratégicos e criativos.
Nós vendemos idéias e isso é difícil quantificar. As empresas têm investido nos departamentos financeiros, que usualmente se atêm ao custo, preço e etc. Em outros casos, já existem empresas especializadas para quantificar o retorno de uma campanha ou de um investimento em comunicação.
Para que possamos agregar valor, o valor de nossas idéias, é preciso ter autoridade sobre o negócio dos nossos clientes e não fixar somente na ação de compra e venda. Que sejamos co-gestores dos negócios dos nossos clientes.
2 – Cada vez mais, nós compartilhamos as metas dos nossos clientes.
Precisamos nos aprofundar na cadeia de valor das empresas e trazer as idéias criativas para dentro da empresa. Trabalhar o endomarketing. Ser co-participante da cultura do anunciante é uma forma de agregar valor.
3 – Assumir, de fato, que os profissionais de mídia, seja no mercado nacional ou internacional, são grandes influenciadores e formadores de opinião.

Eu não me preocupei em transcrever este painel por inteiro. Vou confessar que tinha expectativas bem altas que não foram correspondidas.
Este painel foi muito interessante, até mesmo por contar com a opinião de grandes profissionais, mas achei o discurso de todos os painelistas muito vazio e abstrato. Chego até a dizer que muito filosófico, mas extremamente necessário. Depois de tanta discussão sobre o armagedon da publicidade no Brasil, este painel acendeu uma luz. Apesar de piegas, todos os comentários serviram para inspirar o otimismo. Assim eu espero...

Maximídia 2008: Indústria da Comunicação - Oportunidades e Riscos

9 de outubro de 2008
Palestra:
Indústria da Comunicação: Oportunidades e Riscos

Debatedores:
Dalton Pastore – ABAP
Fábio Fernandes – F/NAZCA
Luiz Lara – TBWA
Nizan Guanaes – Grupo ABC
Moderador:
Marcelo Salles Gomes – Grupo M&M

Marcelo Salles
Vou apresentar a vocês debatedores, 3 tópicos e gostaria que nós os seguíssemos durante o painel.
1 – Qual o papel das agências de propaganda neste momento, onde o tripé veículo, agência e anunciante foi pro espaço?
Até onde irão as agências de propaganda? Que papel farão: Design, Novos produtos, Veículos para os seus anunciantes, Games e etc?
E como serão remuneradas, neste momento em que a cobrança por resultados cresce e a remuneração variável é maior e mais presente?
2 – O impacto da tecnologia nos negócios.
A presença marcante da tecnologia e sua evolução no cotidiano dos negócios.
Segundo Cris Anderson, hoje em dia tudo é mídia. Então, como a nós comunicadores faremos para agregar tudo isso numa mesma estratégia?
Vamos falar sobre este novo elemento que foi integrado à comunicação recentemente. A interatividade.
A comunicação é feita em duas vias. Os consumidores não só recebem como produzem e propagam informações. Se formos analisar esta frase, de um ponto de vista mais radical, pode se dizer que os anunciantes e os consumidores não precisam mais dos profissionais de comunicação.
3 – O talento. Um ponto muito importante.
O principal ativo da publicidade são as pessoas e não as máquinas ou processos, como na grande maioria dos negócios.
O que vemos é que, cada vez mais, nossos profissionais se mudando para outros países em busca de trabalho ou até por convite de empresas estrangeiras.
Por quê? Será que devemos atrair os talentos estrangeiros, os bons profissionais de mercados internacionais? Será que estamos abertos o suficiente para recebê-los?
Será que devemos investir mais capital financeiro nos bons profissionais brasileiros, na intenção de mantê-los? Será que temos capacidade financeira e estrutural para manter estes profissionais no Brasil?
Ainda sugiro mais um tema para o nosso debate, que vai além da comunicação.
Quais serão os efeitos da crise internacional a curto e longo prazo?

Marcelo Salles: A agência de propaganda ainda é relevante para os anunciantes, produtos e marcas?

Dalton Pastore
Na minha opinião este tripé nunca existiu. Agência, veículo, anunciante. Aliás, acredito que nunca tenha existido anunciante.
Eu nunca conheci uma empresa que quis se tornar anunciante. O que existe são empresas que buscam a comunicação para incrementar suas vendas, seu negócio, ganhar mais visibilidade e etc.
A chamada indústria da comunicação se organizou para atender a esta necessidade.
Outra coisa é que eu não vejo uma fronteira entre o passado, o presente e o futuro.
Não acho que as coisas estão mudando. Que agora é assim e amanhã vai ser de outro jeito.
O Brasil vendeu em 2007, em meio à era digital, 11 milhões de televisores. Boa parte desta quantia são televisores de tubo. Ou seja, o mercado não esta mudando tão drasticamente.
Estão surgindo novas mídias, novas tecnologias, novas formas, mas isso é gradativo.
A TV aberta ainda tem 99% de penetração no Brasil. Aqui, ainda se compram muito televisores de tubo.
Com relação ao papel das agências, eu acho que mudou. Os esforços agora devem ser para incrementar vendas, construir marcas, fortalecer negócios, valorizar empresa. Tudo isso, através do nosso negócio: a Criatividade.
Nós somos a indústria da criatividade, mas criatividade como um todo, não só criação. No planejamento de mídia, no atendimento, na produção, em todas as funções. Nosso papel sempre foi esse e vai continuar sendo. A criatividade é o nosso diferencial e isso não está sendo desvalorizado.
O que sofreu uma derrubada nos últimos anos não foi a relevância das agências, mas sim a relevância do marketing. Neste quesito as agências estão perdendo terreno.
Essa crise financeira internacional vai resgatar a importância do marketing. Os empresários perceberão que é através das ações de marketing, de comunicação, do posicionamento da marca e coisas assim que os farão passar pela crise. É o planejamento de marketing que fará com que suas empresas consigam atravessar esta crise sem sofrer grandes impactos.

Fábio Fernandes
Eu acho que as agências têm uma importância fundamental para as empresas anunciantes e eu sei que elas são reconhecidas assim. Ao menos os clientes da F/NAZCA pensam desta forma.
Eu não fico sentado na sala das secretárias dos meus clientes conversando sobre aquela empresa, para que então minhas opiniões sejam levadas aos Diretores. Eles próprios discutem comigo quais serão os rumos do seu negócio.
A construção e a manutenção da marca do cliente é uma parte essencial da vida do próprio negócio. Alguns clientes gostam de se abrir mais para um parceiro tão importante como a agência, outros menos.
Eu entendo que as agências esta se assemelhando demais, “comoditizando” cada vez mais. Não há muito diferencial entre elas e esse é o grande perigo. Não gosto dessa coisa de que a publicidade funciona como argumento para a má publicidade. O que vale é fazer uma boa publicidade e que funcione. Uma boa publicidade deve trazer resultados sempre, não só quando “é preciso vender”.
Eu acho que a gente tem feito pouco pela inovação da publicidade. Temos feito muito pouco para criar novidades e alternativas inovadoras. Temos gastado muito tempo discutindo as agências de publicidade e pouco discutindo o negócio do cliente.
A publicidade argentina, por exemplo, é fraquíssima. Destruída e acabada, por que eles próprios deixaram ficar assim. Se for para a publicidade se tornar um comoditie, que façamos isso crescendo, ganhando mais força e nivelando por altos padrões. Entendo que temos que nos movimentar mais para sermos menos iguais.
Temos que nos esforçar para que, se for para sermos iguais que sejamos iguais lá no alto.

Luiz Lara
Este ano realizamos o 4º Congresso Brasileiro de Publicidade, depois de 30 anos sem um evento deste porte. Hoje estamos na 28ª edição do Maxímidia. Além disso, são mais de 40 anos de existência do Grupo de Mídia. Isso comprova que temos uma boa história.
A indústria da publicidade brasileira é muito boa, somos competitivos e competentes. O que não significa que temos que ficar em uma zona de conforto.
O Grupo Abril, por exemplo, marca presença na internet, inovando e renovando diariamente. Atendendo a maior demanda do consumidor nos últimos tempos.
A gente joga duro, mas joga na bola e não na canela.
Está comprovado, que o Brasil e a China são países que mais crescem, entre os quatro tidos como promessa de ascensão (Brasil, China, África e Índia).
A Vale e a Petrobrás, que são empresas genuinamente brasileiras, representam uma grande parcela na lucratividade do planeta. Se aumentarmos o custo das ações destas empresas, a princípio pode refletir em uma diminuição na procura, mas com o tempo todo o mundo vai entender o valor destas marcas e voltarão a investir. Estas empresas vão falar com o mundo e o Brasil será visto de outra maneira. Isso deve servir como uma alavanca para o mercado de comunicação no Brasil.
Outro exemplo é o nosso mercado de cosméticos, considerado o maior do mundo. O mercado de cartões de crédito brasileiro é o segundo que mais cresce no mundo. Agora, nós até podemos parar de crescer se quisermos.
O Brasil já passou por situações de muita crise, mas ninguém nunca precisou hipotecar suas casas. A indústria da propaganda no Brasil, assim como a forma de fazer negócios dos brasileiros, é honesta, clara e justa. Não somos irresponsáveis e não afundamos nossos clientes, parceiros, veículos ou fornecedores em dívidas. É dessa forma que podemos afirmar que somos confiáveis.
Como medir todos os grandes cases (casos de sucesso) criados por nós?
Todos os veículos que estão aqui trabalham a interatividade. Nós já sabemos criar ações diferenciadas e isso é o que nos faz melhores. De repente, voltar o controle para as mãos dos profissionais de marketing seja a melhor solução para esta crise.
A nossa história nos aponta para um futuro promissor. Assim como a história mostra, ano que vem estaremos aqui novamente, mais fortes e mais extraordinários.

Nizan Guanaes
Eu não concordo com este diagnóstico, ele é meio “americanóide”. Na crise, é preciso liderança, visão e autoridade moral. Precisamos fazer uma nova pauta mundial.
Eu não sou antiamericano. Antiamericano são os americanos que aprontam como aprontaram desta vez.
Este crime organizado financeiro que se estabeleceu nestes últimos dias é a maior vergonha da história norte americana.
Quando eu imagino que nós ouvimos tantas prédicas (falações) em fóruns, como este, sobre comerciais fantasmas e as inferioridades dos profissionais de mídia brasileiros, eu fico pasmo. Quando eu me lembro que já ouvimos sermões anglo saxônicos sobre o quanto o CONAR, os EMP, IBV, ABAP eram arcaicos, eu fico furioso.
Diante dessa crise norte americana, que vai dizimar muitos sonhos no mundo todo, eu vejo que não existe super homem, não existe fórmula mágica. Ninguém nessa sala ou lá fora sairão imunes. Só haverá solução dolorosa e não soluções criativas.

Neste momento, Nizan leu um texto enorme com suas opiniões, traçadas no papel de forma ríspida e harmônica. Eis aqui alguns trechos.
Quando as pessoas falavam em bonança eu falava em medo. Hoje sou o maior grupo nacional e quero dizer que quero me associar a todas as grandes empresa do Brasil, grandes e visionárias, para continuar crescendo.
Na cagada não tenha medo de cheirar mal. Faça o mal para preservar o bom. Não tente sair bonito na foto, lute para ficar na foto. Esqueça seu ego, cuide do seu corpo, não tem lugar para guardar o ego quando você morrer. Seja pessimista, pense no pior e se quiser sonhar, não durma.
Seu rival pode ser seu maior parceiro. A Inglaterra e a França passaram a história inteira brigando, mas saíram fortes da 2ª Guerra Mundial e hoje têm diversos acordos comerciais, financeiros e sociais. Muitas das invenções do mundo foram criadas durante a guerra.
Quem sair forte deste ciclo vai sair forte deste século.
Neste momento de pessimismo e medo eu convido o Brasil a liderar essa crise de forma diferente. Eu espero, sobretudo, ver no próximo Maxímidia, boa parte de todos nós vivos.

Marcelo Salles: Fábio, você concorda que o cenário é tão pessimista assim?

Fábio Fernandes
Eu acho que aqui deveria ser um debate sobre a publicidade, sobre a comunicação.
As minhas diferenças sobre as opiniões do Nizan são emblemáticas. Não acredito que tenhamos que ter medo.
Temos que ser inovadores. Responsáveis como sempre, mas inovadores. Temos que esquecer os problemas do mundo e falar mais de nós.
Esse quadro ruim só se concretizará quando as agências não souberem mais mostrar aos clientes o seu diferencial, o diferencial da própria comunicação e da publicidade nos negócios.
Aquilo que realmente é capaz de disparar uma avalanche de conseqüências positivas dentro de uma empresa, não tem preço. Essa mudança, essa capacidade de virar o jogo, também não tem preço.
Você é indispensável porque somos capazes de fazer o que o cliente não é capaz de fazer.
O meu negócio é fazer esse negócio ser valioso.

Nizan Guanaes
O que eu quis dizer é que devemos estar preparados e capitalizados. Para o bom e para o ruim. Preparados para qualquer momento que surja. Independente do que acontecer, estejamos prontos para enfrentar e não sejamos pegos de surpresa.

A partir deste momento eu não pude continuar transcrevendo o debate, porque ele se tornou algo mais que isso e eu optei por registrar mentalmente os detalhes mais interessantes. Nizan e Fábio iniciaram uma ferrenhe discussão que, apesar de ter ido muito além do marketing, da comunicação e da publicidade, apresentou duas opiniões interessantes sobre o momento em que o Brasil se encontra, financeira e socialmente. Mas não parou por ai. Ambos levaram a conversa, nada amigável, para o lado pessoal e começaram a trocar comentários dúbios, os quais a grande maioria dos espectadores não foi capaz de compreender. Aquelas famosas alfinetadas, discretas e diretas. Ainda assim, afirmo que esta foi um dos painéis mais interessantes do Maximídia 2008.