terça-feira, 4 de novembro de 2008

Maxímidia 2008: Os desafios de comprar e vender mídia no século XXI

8 de outubro de 2008
Palestra:
Os desafios de comprar e vender mídia no século XXI

Painelistas:
Ângelo Franzão – McCann
Paulo Carmossa – ALMPBBDO
Paulo César Queiroz – DM9DDB
Moderador:
Mônica Waldvogel – Jornalista

Ângelo Franzão – McCann
É desnecessário detalhar o que está acontecendo no mundo da comunicação atualmente.
Hoje os próprios consumidores fazem a mídia. As possibilidades e os formatos de veiculação são variados e o que antes era estático hoje se tornou dinâmico, o que era pago hoje é de graça. A relação entre a mídia e o atual formato de comunicação exige uma atenção muito maior dos profissionais de comunicação.
Pontos a serem analisados:
· Consumidor – sócio / demográfico
Devemos conhecer suas dores, suas ambições, suas dificuldades, seus desejos, seus valores, enfim, sua vida.
· Geografia - CDI/BDI
Potencialidade, movimentação, identificação dos traços de desenvolvimento
· Mídia e a relação custo x benefício
Hoje não se busca mais a audiência e sim a atenção.
Na plataforma digital a movimentação é crescente. Não só pela abrangência, mas também pela capacidade de renovação. Já nas plataformas analógicas a movimentação é contrária. De fora pra dentro, primando pelo conteúdo.
Os profissionais de mídia estão naturalmente envolvidos em todas as frentes do negócio. A Mídia está cada vez mais integrada ao planejamento estratégico da comunicação e da própria criação.
Nós temos que criar um sistema de métrica para descobrir qual o valor que cada meio propõe. Não só o valor, mas o resultado que ele traz.
Em se tratando do sistema comercial, as marcas precisam se relacionar de forma diferenciada, em determinados momentos, com seus consumidores e às vezes a gente não encontra um formato que os atenda.
Outro ponto importante é a compra diante da entrega. Hoje é necessário traçar uma relação mais próxima entre o que é comprado e o que é recebido pelo cliente.
Ninguém discute mais a capacidade do mercado publicitário brasileiro, mas é preciso que o façamos crescer ainda mais. Antigamente este mercado respondia por 0,6% do PIB brasileiro, hoje gira em torno de 1%. Em alguns países europeus esse percentual é de 2 a 3%.
O Grupo de Mídia de São Paulo acaba de criar um curso específico para treinar mídias.

Paulo Carmossa – ALMPBBDO
A mídia ao longo destes últimos 50 anos consolidou duas reputações importantes. A primeira é a reputação técnica. Nestes últimos tempos foram criadas diversas ferramentas que confirmam as tão consolidadas teorias e com isso podem até quantificar os investimentos e os retornos.
Mídia é uma área da propaganda que analisa as necessidades de comunicação de um produto ou serviço. De forma mais simples, a mídia cria estratégias para falar com as pessoas.
Fazer mídia pede outras habilidades, mídia é um exercício de pensamento, criatividade e observação. Pensamento porque tem a ver com o planejamento estratégico. Tem a ver com criatividade porque é preciso mostrar o novo e inventar novas maneiras de falar. Observar porque é preciso observar profundamente aqueles que queremos atingir. Observar o cotidiano do público é buscar inspiração para comunicar.
Ouvir e ver são outras funções fundamentais para um profissional de mídia. Hoje é insuficiente usar fatores demográficos para delimitar um publico. A tendência agora é analisar o consumidor pelos pontos psicográficos. Para falar com o público não importam mais os antigos fatores, o importante é pegá-lo nos momentos certos. Porque aquilo que marca é o que fica na memória.
O filme a Bruxa de Blair é considerado um fenômeno de marketing. Com um custo de US$ 30 milhões, arrecadou mais de 250 milhões de dólares. Esse sucesso é explicado pela interação com o público, a inovação na maneira de produzir e as formas alternativas de gravação e de divulgação do filme.
A utilização dos canais adequados é um dos fatores mais importantes para o sucesso. O ambiente em que a marca é veiculada interfere na percepção de uma mensagem. É preciso escolher o ambiente propício, que irá valorizar a marca, ressaltando seus aspectos positivos.
Um bom planejamento é o que leva a uma boa compra de mídia. São estas infinitas possibilidades de falar com as pessoas que torna a esta profissão tão importante.
Uma boa idéia, num bom ambiente, no momento certo leva para frente qualquer marca.
Observar o cotidiano é a melhor forma de compreender o mundo e se inspirar.
Aqueles que estão atentos a todos os detalhes em meio a tantas informações, esta fadado ao sucesso.
O maior desafio do profissional de mídia é não se perder em meio aos discursos modernos e não ficar parado, vendo tudo passar. É ir caminhando e acompanhando as evoluções.

Paulo Queiroz – DM9DDB
Não somos compradores ou vendedores de mídia. Somos pessoas que transformam idéia em valor. Comprar e vender mídia é um pedaço deste projeto. O maior desafio é desenvolver a economia, utilizando a comunicação como alavanca.
É difícil falar de um futuro totalmente invisível. O futuro já está na nossa frente. Tudo já está acontecendo, só não é possível precisar qual o rumo.
Três desafios são relevantes para o profissional de mídia.
1 – Serviços estratégicos e criativos.
Nós vendemos idéias e isso é difícil quantificar. As empresas têm investido nos departamentos financeiros, que usualmente se atêm ao custo, preço e etc. Em outros casos, já existem empresas especializadas para quantificar o retorno de uma campanha ou de um investimento em comunicação.
Para que possamos agregar valor, o valor de nossas idéias, é preciso ter autoridade sobre o negócio dos nossos clientes e não fixar somente na ação de compra e venda. Que sejamos co-gestores dos negócios dos nossos clientes.
2 – Cada vez mais, nós compartilhamos as metas dos nossos clientes.
Precisamos nos aprofundar na cadeia de valor das empresas e trazer as idéias criativas para dentro da empresa. Trabalhar o endomarketing. Ser co-participante da cultura do anunciante é uma forma de agregar valor.
3 – Assumir, de fato, que os profissionais de mídia, seja no mercado nacional ou internacional, são grandes influenciadores e formadores de opinião.

Eu não me preocupei em transcrever este painel por inteiro. Vou confessar que tinha expectativas bem altas que não foram correspondidas.
Este painel foi muito interessante, até mesmo por contar com a opinião de grandes profissionais, mas achei o discurso de todos os painelistas muito vazio e abstrato. Chego até a dizer que muito filosófico, mas extremamente necessário. Depois de tanta discussão sobre o armagedon da publicidade no Brasil, este painel acendeu uma luz. Apesar de piegas, todos os comentários serviram para inspirar o otimismo. Assim eu espero...

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